sábado, 21 de agosto de 2010

Sem aquela velha vontade de chorar segui sorrindo. O sol se pondo atrás de mim, ficando pra trás Anchieta, Deodoro e Hermes da Fonseca... O ventinho do subúrbio, bem perto do inferno que é o calor de Bangu. As pracinhas lotadas e o friozinho do inverno na Zona Oeste.
Ou como não lembrar do escorrego da pracinha em Realengo, um outro extremo de história. Atravessar atentamente a Água Branca com medo de morrer atropelado. A vó dando dinheiro pro hambúrguer da Dona Idê a “mulher do Dê”. Como não sorrir com os tios sacaneando o coitado do maluquinho que morava do outro lado do muro: “Déda? Já vai...”. O pedaço de algodão com iodo colado no teto do quarto das tias. A biblioteca cheia de livros do Tio Deir... Ou o cheiro de cola de sapateiro na pequena oficina do avô. Os natais recheados de presentes, empadas de tabuleiro, rabanadas e pasteis. Acordar cedo e ir pra feira ver meu avô negociar seus curiós. E o Bob? Cachorro estranho que viveu mais de 15 anos cuidado a pão de ló. O fim de tarde hoje está parecendo com aquele da velha infância em Realengo. E eu nem sei mais.