segunda-feira, 24 de maio de 2010

Postagem nova no Retropleco

Bom pessoal. Como eu disse no último bate-papo, deixarei O Ventríloquo um pouco de lado por motivos profissionais. Porém, de tempos em tempos, ando proseando no Retropleco, espaço que mantenho há tempos e que já foi dividido com muita gente bacana. Lá a conversa e puramente musical... Basta clicar no título da postagem de hoje aqui n'O Ventríloquo que vocês serão direcionados automáticamente para a postagem mais recente de lá... A última empreitada se chama "A Psiquiatria de Aldir Blanc - Vida Noturna" no qual analiso o cd "Vida Noturna" lançado em 2005.
Acampanhem, vale a pena!
Abração

terça-feira, 11 de maio de 2010

Sobre um suicídio virtual: em tempo de Twitter twists demais!

Ontem dormi com uma sensação engraçada. Na verdade, uma lembrança. Dia desses, eu estava assistindo TV com a minha esposa e nos deparamos com a entrevista de um “roteirista, produtor, ator, humorista, blogueiro...”, segundo apresentação do entrevistador. Naquele momento, minha esposa se assustou e me questionou: “desde quando blogueiro é profissão?”. Pois é, minha querida, há muito que escrever opiniões, humor, impressões, poemas, notícias e afins, é profissão e baita profissão, aliás!
Na verdade, pelo pouco que sei e, talvez, eu seja um dos poucos que ainda faz isso, o boom blog surgiu, aparentemente, com o objetivo de pessoas “registrarem” suas vidas, como um diário, só que agora, esse diário, em tese, sua vida, estaria aberta para todos que tivessem acesso à Internet. Lógico que, para os engraçadinhos, os felizes, os críticos, fazer humor é parte da vida, o que é bonito. Para os mais pornográficos, há espaço para as fotos de sacanagem. Para as mamães de primeira viagem, casais, enfim, há blog para tudo.
Mas um blog também é um espaço vazio, um blog também pode ser um espaço de silêncio. De você mesmo reler seus pensamentos. Entendo que todo aspirante a escritor ou toda pessoa que consegue, no mínimo, se expressar com frases escritas – algo que a nossa parca educação não nos permite de forma plena, daí acreditar eu que talento e bom estudo nesse momento crucial deverem se unir como um belo casalzinho de namorados – sobre seus sentimentos e impressões, sobre o mundo interno e externo, queira leitura, queira leitores. Mas desde a Idade Média, leitura e leitores sempre foi uma junção complicada. Mais problemática ainda, talvez, no que chamamos de Idade Moderna. Não vou divagar mais.
Entrei na era Twitter, achei bacaninha, bonitinho. Eu até compartilhava a etimologia da palavra: dava risadinhas, tagarelava, etc. Comecei a viciar. Tinha que entrar para “twittar” – palavra nova no vocabulário da moçada! Em 140 caracteres com espaços, eu comentava meu dia, minhas impressões sobre o mundo pequeno em que vivo, tentava contar uma piadinha ali outra acolá. “Seguia” alguns artistas, amigos, parentes... Uma forma peculiar, pelo texto reduzido, de acompanhar as novidades de todo mundo. Porém, 140 caracteres é muito pouco para coisas importantes. Sim, isso é uma crítica. Me lembro agora uma micro conversa que tive com Gustavo Alvaro sobre isso. O que mais me marcou foi: “cara, as pessoas tem preguiça de ler. As pessoas não lêem e quando o fazem tem preguiça de tentar entender o que eu disse.”. Perigoso. Complicado. Naquele momento, percebi que estou ficando velho. Achava que era jovem por dominar, bem relativamente, essa coisa de blog ou, pelo menos, ter um. Tenho cidadania: possuo um perfil no Orkut.
Entendo, o que não deixa de ser, o “drama” do Gustavo Alvaro, que para mim, o é. Sim, acho dramático as pessoas não quererem mais: ler. Claro, não podemos, nem eu, nem ele, generalizar, ainda existem leitores, principalmente, para aqueles que escrevem bem e, mais ainda, para aqueles que conseguem unir o casal talento e boa escrita.
Daí, fui enjoando do Twiiter, já há duas semanas. Ontem, foi a gota d’água. Tentando levar um pouco a sério essa coisa da escrita, em alguns momentos fúteis, já que eu usava o micro-blog muito para falar sobre o meu dia e principalmente sobre o que comi e bebi (!), cobrei mais textos do Gustavo, aliás, bom escrevente em diversos segmentos... Com as suas sacanagens de sempre, me fez perceber a desnecessidade de perder, no mínimo, mais uma hora do meu dia na frente do PC! Primeiro passo: fui procurando a ferramenta para desfazer a conta, não encontrei num primeiro momento. Segundo passo: consegui ir desmarcando as exatas 22 contas que eu seguia, inclusive a dele, parei na dele, já que cheguei ao Terceiro passo: encontrei a parte que poderia excluir a conta e o fiz. O fiz inclusive, não sei antes sacanear meu primo uma última vez – esse texto é sério, não é sacanagem – com uma conta fake que eu tinha inventado e achava que em mãos corretas, como as dele, daria até certo, o Twiltton, personagem que criei, mas que foi morto rapidamente!
E daí, esse texto é um porre? Pode ser. Estou pensando em calar O Ventríloquo também. Na verdade, isso aqui é uma despedida para minha própria voz. Não é birra. É coerência. Gasto no mínimo, no mínimo, de 6 a 7 horas na frente do computador com Internet: lendo e-mail, pesquisando coisas úteis e fúteis, conversando, escrevendo, lendo artigos, traduzindo... É tempo demais, só isso aqui me custou uma hora, mais ou menos e vai sem releitura. Pois quando releio desisto de colocar aqui. E este é o meu grande problema, encarar esse tipo de escrita aqui como uma singela conversa que eu queria ter tido com alguém. Mas, é verdade, a mais pura verdade: para alguns, como eu, ter um blog é falar sozinho e eu ando me cansando disso. “O resto é silêncio”. Pois não quero me profissionalizar nessa área, taí algo que eu realmente não tenho vocação e até para escrever em blog: vocação é tudo!

sábado, 1 de maio de 2010

Pela ausência do silêncio...

Hoje acordei com uma sensação incrível de perceber que não entendo direito o que ronda em torna da mente alheia. Os anseios, as esperanças, a ideologia, a falsidade, o populismo, enfim, tudo que gira em torno do jogo político que é a vida.
Ao mesmo tempo, um silêncio invadia o apartamento, apenas meus dedos no teclado, apenas um som e outro de vassouras sendo passadas no chão. Os carros vagamente e espaçadamente passam pela avenida. Ouvir música é uma saída, no mínimo, decente para tirar um pouco a angústia. O violão, companheiro sensível e tolerante comigo, me possibilita pequenos dedilhados... “Estação Derradeira” é a canção que eu e Ana cantarolamos vagamente enquanto meus dedos percorrem o braço firme do instrumento. Desisto. Me pergunto como ele tolera minha inexpressiva capacidade de me fazer entendido. Há tempos, e já conversamos sobre isso aqui, tenho tido vergonha dele, de olhar para ele. Culpa do meu amigo Augusto por ter me emprestado o maravilhoso livro/DVD/CD “Violões do Brasil” – qualquer pessoa sensata, após ler esse livro, ouvir o CD e ver o DVD (não necessariamente nessa ordem) terá vergonha do seu violão ou ao menos da capacidade de não tratá-lo com o respeito devido.
Mas “circo vive é de ilusão...” e assim continuo o dia. Uns toques no Twitter. Umas leituras de jornais (eis a facilidade da internet) e resolvo ouvir o belíssimo e pouco comentado cd Moacyr Luz, primeiro disco desse compositor brilhante... A música de abertura, “O Mar no Maracanã” já me tira lágrimas do peito e vou seguindo a audição. Mas a conversa não é sobre isso, tampouco sobre música. A conversa que sonhei ter com você é pela ausência do silêncio. Silêncio este que perdurará, pois no fim das contas, principalmente aqui, nunca poderei realmente dizer tudo que quero. Um alto e sonoro “vai tomar no cu!” já viria de bom grado, mas nem isso me permito fazer. Tenho visto, observado os últimos acontecimentos num silêncio quase aterrorizante, arrebatador. Na verdade, até tenho falado demais. Procurarei me silenciar cada vez mais. Quanto menos palavras, melhor. No fim das contas, o silêncio é o melhor aliado. Aos alienados: apenas alienação.