sábado, 21 de novembro de 2009

"E o inverno no Leblon é quase glacial..."

O título é um verso de um poema de Antonio Cícero que foi musicado por Adriana Calcanhotto e gravado com o título Inverno, no cd A Fábrica do Poema de 1994 (ou 1995? Não lembro bem). Engraçado, foi o primeiro cd que comprei com meu próprio dinheiro, digo, com meu dinheiro, de algum trabalho que fiz, não lembro qual. O comprei em 1997, eu estava no 2º Grau, sim, ainda fiz o famoso 2º Grau...
Mas, enfim, é o seguinte, fico impressionado com uma coisa engraçada aqui em Aracaju, dá um vento e as pessoas se encasacam todas! Um vento sequer e: Casaco! Dia desses, numa reunião de departamento, reparei na secretária e ela estava toda encolhida, ao término fui perguntar se ela estava resfriada ou coisa do tipo e ela: “não professor, estou com frio, o ar condicionado estava no máximo...” eu sorri, só podia sorrir mesmo.
Antes de vir para cá, me recordo que um amigo estava saindo da UCP e comentou se eu queria substituí-lo como professor de História Medieval por lá... “bom”, pensei eu, “claro!”... Acabou que não rolou e parei aqui – melhor para mim.
Sinto muita falta do glacial inverno do Rio de Janeiro. Bangu, putz, Bangu é oito ou oitenta. Muito frio. Muito calor. Mesquita, minha cidade natal, é um caso interessante. Lembro-me de acordar de manhã (coisa rara, eu sei – eu acordar cedo) e ver meu quintal todo enevoado. Chuva de granizo era uma coisa fantástica por lá. Que saudade do meu quarto úmido, frio... saudade!
Adorava o inverno no Rio de Janeiro, a coisa do mar revolto, o povo reclamando do frio. Andar de trem era o máximo. Caminhar pelas ruas do Centro era tudo. Beber vinho. Que saudade.
Fui assistir dias atrás a um show do grande violonista Toquinho (já falei sobre isso por aqui) no Parque das Sementeiras, aqui perto de casa, fiquei realmente impressionado com a quantidade de gente usando casaco, numa noite agradável, de vento fresco, achei legal mesmo. Num tempo mais passado, coisas de dois meses, algo assim, um professor do departamento que fez o doutorado no Rio de Janeiro, me parou no corredor e me perguntou se como estava minha adaptação em Sergipe. Eu disse que tudo bem, etc., o engraçado foi ele falar do calor, uma frase me chamou muita atenção: “bom, não são os 40 graus do Rio de Janeiro, mas é calor...”. Realmente... ele tinha razão. Vejamos, no futuro, o inverno, pois o verão, ah, no verão estou indo bem...


Ps. Uma vez caminhei, no inverno, no Leblon e, sim, é meio glacial. Mas, ainda considero, muito mais, como uma figura de linguagem que comparar, por exemplo, ao inverno do Grande Rio...
Ps. 2 A foto não é no Leblon, mas era inverno no Rio de Janeiro e nem sei o que eu estava fazendo na praia...

Um comentário:

G. Alvaro disse...

Há algo que jamais se esclareceu: onde foi exatamente que larguei, naquele dia mesmo, o leão que sempre cavalguei?