Já nem sei mais com que sonhar
Confundo os espaços vazios de minha casa
Com os ecos mortos de minha voz.
Sou minha própria companhia
No almoço e no jantar.
À tardinha o sol ilumina a cozinha
Um amarelo avermelhado como eu nunca vi,
Deixo assim
Todas as janelas abertas para a visita do vento
E converso comigo mesmo
Com os ecos mortos da minha voz.
Arrumo a cama e disponho os travesseiros de maneira tal
Que eu pense que sua cabeça adormecerá ali
Mas não:
Já nem sei com que sonhar.
Quando acordo meus olhos estão bem mais vermelhos
Que com sono
Escrevo cartas para mim
Brigo comigo mesmo
Por deixar a louça suja
Sou minha própria companhia
Em cada canto desse lugar
Eu sou um azulejo
A falta do sofá
A mesa de centro que não tenho
Mais um almoço e um jantar.
2 comentários:
Isso ficaria muito bonito como letra de um choro!
^^
abração rapaz
Aquino
EU ao menos telefono!
Bom texto. Imagens bem desenhadas.
Abraço.
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