sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Porque assim somos feitos

Porque é do amor que fomos feitos
E quando não
É pela simples celebração dos corpos juntos.
Assim fomos feitos
Em movimentos contínuos e suados
Num vai e vem harmônico
Que não aprendemos
Apenas recebemos como dádiva
Assim que fomos feitos.
E é nessa ilusão pela busca do perfeito
– O corpo, a mente – que percebemos que somos falhos
No amor
Na vontade de amar.
Pois se amamos pouco, perdemos
Se amamos demais, tiramos.
É um mesmo vai e vem contínuo
Eterno.
Porque é desse amor que fomos feitos
É dessa ira que saímos.
Dessa ilusão que nos fazemos
E quando não
É o amor que nos sustenta
E se confunde na simples celebração dos corpos juntos.
Enfim somos feitos,
Lançados harmoniosamente no caos,
Suspirados
Somos a conta de uma única gota
Que sobrou de um falo cansado.

17 de outubro de 2008
Bruno Alvaro

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