terça-feira, 25 de dezembro de 2007

É natal...

Observei que a última vez que O Ventríloquo esteve em ação foi justamente num dia 25... São exatamente 01:14 da madrugada do dia 25 de dezembro de 2007! Nossa, são dois meses sem "ventricular" (?)!
Então é natal, e no natal enviamos mensagens de amor! "Mensagens natalinas...". Mas eu acho essa época do ano a mais falsa do mundo... É todo mundo dizendo que está com saudades, que se ama: besteira!
Outra coisa doida são os e-mails, os amigo-ocultos, os cartões...
Não gosto do natal, definitivamente não gosto do natal!
Na verdade, esse texto é para dizer o quanto eu acho um saco o natal... ou eu sou um saco.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

...

Chuvas a fio. Vejo o mundo aos poucos desmoronando. Não tenho muito que escrever. Dois artigos. Um projeto. Algumas provas.
Os muros caem a lama desce. Ao longe vejo a vida passar ouvindo coisas de amor. Um tiro no olho do pulmão do mundo. Entendeu?
Não são águas de março. As flores deveriam nascer. Não tenho muito que dizer, mas digo: ...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

"O livro enfim publicado"

Vendo livros para sustentar meu vício da escrita. É por essa necessidade que continuo. Tento aqui. Tento ali. De quinze em quinze reais vou coletando o suficiente para arcar com o pagamento do boleto do Banco Itaú a vencer no trigésimo dia do próximo mês.
São contos. Não só meus. São contos de muitos. Antologias. Uma coisa meio hippie literária. Forma da editora ganhar dinheiro e eu deixar de ser um pouco louco e ter meu conto no papel. Com capa. Com contra capa. Com ISBN. Contos.
Eu poderia fazer como um amigo: publicar só. Tenho preguiça. Gosto de Maiakóvski. Tenho um filho: um novo poema a cada dia. Não sou poeta. Nem escritor. Quiçá cronista! Mas tenho uma namorada que desenha e esconde na memória que um dia soube desenhar. Histórias em quadrinhos e eu no sofá. Ela é mais artista do que eu. Mas mesmo assim: eu sou poeta. Gonzaguinha também. Mas nem por isso é lembrado, talvez agora com música na novela das oito.
Talvez se eu procurasse reconhecimento além dos amigos daria mais certo, porém, a questão nunca foi o sucesso e a vaidade, pois tudo é vaidade. Continuo preferindo escrever para os amigos do que para o desconhecido. Publico fiel e cativo pela amizade! É a coisa do gostar. Gostar é bom. Escrevo, pois gosto. Mas também tem a vaidade e tudo é vaidade e se tudo é vaidade a vaidade acaba movendo a escrita. Não?
Quem não gosta de elogios? Até Deus é vaidoso. Se não fosse não destruiria Sodoma e Gomorra. Não teria inundado o mundo. Ele vive buscando a perfeição. Não? Não teria mandado João ter escrito o Apocalipse, um dos roteiros mais futuristas que já li. Mas acreditar em Deus é outra história. Mas não é vaidade? Creio que o parágrafo pode ter levado à questão da perfeição divina ou não. Deus é perfeito ou não? Talvez essa é a questão. Mas não foi este o meu objetivo. Falávamos de vaidade já que tudo é vaidade e talvez isso impulsione o mundo desde seus primórdios. Escrever bem, desenhar bem, falar bem, se vestir bem, comer, cagar, cuspir, escarrar. Bem mas mesmo assim, muito obrigado por adquirir meu exemplar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

É fofo ser bandido?

É minha gente! Extra, extra! Agora é assim, brincadeira de criança é assim (mas talvez, depois do Tropa de Elite, olha ele de novo, as coisas voltem ao normal):
- Quer brincar de polícia e ladrão, João? Quer, Junin?
- Eu quero, eu quero! Mas só se eu for o ladrão!
- Ah não! Eu chamei para a brincadeira, o ladrão sou eu!
- Então eu não brinco...
É impressionante a inversão de valor social no Rio de Janeiro, só falarei do Rio de Janeiro, pois só conheço o Rio de Janeiro. Mas atualmente, um atualmente que já gira em torno de uns anos, as crianças querem ser bandidos, não que ser polícia seja uma coisa boa, mas teoricamente a polícia exerce a lei. Me lembro que quando criança na famosa brincadeira “Polícia & Ladrão”... era porradaria para ser polícia! Hoje em dia, a molecada briga para ser bandido!
Volto ao Tropa de Elite, talvez seja um pouco interessante observar mais uma mudança ou um retorno ao velho paradigma:
- Quero ser o policial!
Lógico que é uma polícia violenta, ou doravante corrupta... mas continua sendo polícia! E é aquilo: Tem gente que se salva ali dentro. Na bandidagem não! Bandido é bandido, é fora da lei (mas ainda assim acredito na recuperação)! Hoje estou Doutor House e tem um tempo que ando sendo Doutor House e espero que um tiro na perna me mantenha fiel ao que estou defendendo: Reflexão!
É claro que um cara que não tem nada, estudo, dignidade, esperança, etc. Que mora numa favela, ganha um salário de merda, enfim, um ser humano sem perspectiva vai acabar nos laços do crime, mas há exceções. Porra, sempre há exceções! Mas não é de exceção que eu quero falar não. Nada de especificidade!
Minha questão é: é fofo ser bandido?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Gestação

Uma das coisas mais curiosas da existência humana é a simplicidade do desânimo. Todo ser humano, querendo ou não, é desanimado. Mas não é sobre isso que converso hoje.
Eu sou desanimado, tenho um desânimo natural. Mas me impressiona ser impulsionado por um sorriso. Uma coisa de acordar todo dia sem querer querer alguma coisa, mas vem à cabeça aquele sorriso. Há nove meses sou impulsionado por um sorriso.
É engraçada essa coisa de amar. Simplesmente se ama. Se ama com os defeitos, com os problemas. Simplesmente se ama. E sou defeituoso. Por deus, como eu sou! Mas, talvez, seja esse defeito que a faz prosseguir.
E tem a coisa do tesão, perdão a quem não sabe o que é tesão. É isso: T. Tesão. Tem a coisa das brigas. Das reconciliações. Do tudo. A coisa do texto, esse emaranhado de frase, por vezes desconexas... E tem a coisa da vida.
Às vezes, nem sei direito o motivo, não quero acordar e fico buscando sentido para a vida, uma coisa meio doida, mas fico. E encontro. Talvez, seja pesado demais. Não é depósito em alguém. É a vida com alguém. E agora, vou escrever um texto de amor...
Nos conhecemos quando nos deveríamos conhecer. E nos erros que cometemos acabamos por nos acertar. Poderia falar dos olhares na escada. No suspiro da sacada. No francês enrolado, mas não quero, mas não posso.
Todo e qualquer texto é carregado de um olhar próprio, mas deixa de ser seu quando se esvai pelas ondas da vida. Pelas ondas do silêncio. Pelas mudas palavras do amor...
Mas era assim e deveria ser assim e foi por fim.
E foi assim que se começou uma história com raízes na história, com olhares, lugares, cinemas... uma história comum. Mas que poderia ser sua. Se você tivesse a sorte que eu tenho de ser naturalmente desanimado. Quem sabe assim, alguém também surgiria para te animar.

domingo, 7 de outubro de 2007

Nascimento de Silvas, Matias, Netos e afins

Aproximadamente, umas duas horas atrás, creio que às 23:00 horas, por aí, entrei no rol de cariocas – e por que não brasileiros – que, enfim, pode se sentar num bar com um chopp e discutir coerentemente quem é o Capitão Nascimento (ou não). Claro, ressalto que é um rol pequeno e que inclui um grupo bem menor ainda. Talvez, o micro do micro dentro de um grande macro. E isso por dois motivos: Acredito veementemente, não por ideologia ou por ser politicamente correto, que fui um dos únicos e poucos cariocas que não assistiu ao filme Tropa de Elite na versão pirateada. Assim como deixar de ver a novela das oito da Globo – e há tempos consigo viver sem –, tentei resistir à tentação de ver o filme na segurança do meu lar comendo pipoca e deitado no sofá com minha namorada.
Então, me desloquei da pacata Mesquita, no subúrbio, onde já temos nossos PM’s-Heróis, conhecidos por todos por fazerem “justiça” com suas fortes mãos, mas com suas identidades secretas secretas (entendeu o “secretas secretas”?), com meu carro 1.0 ano 97 com o seguro vencendo esse mês, para pagar três reais a um flanelinha que prometeu ficar até às 23:30 “vigiando” e se eu não pagasse, provavelmente, “puniria” os pneus e a pintura com chave de fenda (aqui, faço a doce referência ao livro do louco Foucault “Vigiar e Punir”) para assistir o filme na tela que emite a sétima arte, mesmo sem saber qual é a primeira, a segunda, a terceira...
Segundo, me sinto uma minoria do micro dentro de um outro micro no macro, por entender que o Capitão Nascimento não é um herói, que soldado do Bope morre, também pode ser corrupto, isso não privilégio de ninguém, que o Bope também faz parte da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e, por fim, sim, nós universitários, intelectuais, pseudo-intelectuais, festeiros, gente de rave, micareteiros, roqueiros, punheteiros, etc, financiamos o tráfico baseados nos pequenos baseados queimados junto aos neurônios nas festas dos DCE’s da vida, nos banheiros, nos nossos quartos, na rua, na chuva ou numa casinha de sapê. Mas mesmo assim, jogue suas mãos para os céus: VIVA O CAPITÃO NASCIMENTO! Afinal, melhor ele que os heróis dos enlatados americanos. Melhor discutir quem é ele, quem somos nós que nos modelar by USA. E mais um sim, talvez, dois: Precisamos sim, ver, “sentir” a realidade que nos cerca em cercados dos condomínios de luxo de uma Zona Oeste que pensa ser Zona Sul (A Barra da Tijuca continua linda, a Barra da Tijuca fevereiro e março...). Ah, você pensa que o morador da Baixada Fluminense quando fica rico vai morar aonde?
Foi a última sessão de cinema mais cheia que já assisti, tirando, é claro, as do Cine Ires (ops! Eu falei isso?). Não vou entrar no mérito do Palácio ser um cinema antigo, localizado no Centro do Rio de Janeiro, com ampla sala, etc. Ainda assim: estava cheio e com uma platéia educada, isso explica o fato d’eu odiar as salas de cinema dos Shoppings, não importa o horário da sessão. Seu vizinho de poltrona sempre vai jogar pipoca em alguém, falar alguma merda e no final do filme bater palma! Meu deus, tem gente que bate palma no cinema!
Mas voltei pensando, afinal penso, logo desisto, não, não... Penso, logo assisto. Não! Penso, logo existo. Pensando na realidade da PM, talvez do Rio, talvez na intelectualidade brasileira – e por que não mundial –, talvez no Fernando Gabeira, ou ainda, naquela vez que fumei com você, não com você, é rapá, com você... Lembra não? Mas eu também não... Pensei. Pensei. Pensei... E cheguei à conclusão que não há conclusão nenhuma. Mas você lembra rapá? Lembra não? Ô rapá, tu lembra...
Não sei responder, não estou aqui para isso, se Cidade de Deus foi melhor ou pior, ou se Tropa de Elite virará tese de doutorado como Chico Buarque. Quiçá o impacto sócio-cultural que teve Chico Buarque afirmar que dá uns tapas de vez em quando e o Marcelo D2 ter tido uma banda que se chamava Planeta Maconha não ter tido tanta repercussão. Não sei responder, também, a pergunta de um aluno meu do 2º Grau, que hora e meia assiste as minhas aulas de História um tanto alto, sobre ser tão mais tranqüilo fumar na Zona Sul nas doces e acaloradas areias de Copacabana, enquanto que em Mesquita ele vive “tomando tapa na cara dos home” ou, ainda, “dando arrego”. Talvez, uma “Arqueologia do Saber” responda. Mas, definitivamente Tropa de Elite é o inevitável nascimento de Silvas, Matias, Netos e afins. Aliás:
- Menino, o que você quer ser quando crescer?
- Soldado do Bope, professor!
- E você? Quem é seu herói?
- Pô, era o Jacksson da novela da Record. Mas agora eu quero ser o Cap. Nascimento.
E enquanto isso... No Palácio da Justiça... Santa marijuana Homem-Morcego, esconde isso que é flagrante! Calma, calma Menino Prodígio, somos artistas, aparecemos na TV, temos residência fixa na Morcego-caverna, pagamos os impostos... isso não vai dar em nada!

This is the end...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O peso da mentira

Está confirmado. Eu morri. Não há muito que dizer: Hora do óbito, 01:03 da madrugada. Sabe aquela lenda de que quem não fuma vive mais? Pois é. Eu morri. Que forma estúpida de viver.
Mas, sabe aquele prédio alto? Aquele prédio alto, o mais alto na Avenida Rio Branco? Sabe? Pois é, que forma estúpida de viver. Se eu já fumei? Não sei se posso dizer se já fumei, que já fumei. Um tapa só. Naquela festa. Tá bom, uns dois tapas. Cinco. Foram cinco. Mas sabe aquele prédio? Aquele prédio, porra...! Ali, ali na Avenida Rio Branco. O mais alto. Lá não pode fumar. Sim, tem gente que fuma. Cigarro. É. Mas não pode. Lá não pode. Então... Daí eu tava passando. O cinzeiro, o cigarro. O cinzeiro, o cigarro. Minha cabeça. Tem noção do peso da mentira? Do peso do cigarro? Do peso do cinzeiro trinta andares acima, abaixo? Eu sei. Eu morri. Que forma estúpida de viver.
Mas é. Tá confirmado. Mas vê... Vê o lado bom. Não precisar mais responder e-mail. Não há mais telefonemas. Dias de natal. Aniversários esquecidos. Aquela coisa xinfrim do “você é meu grande amigo...”. Pois então, morri. Hora do óbito: 23:52. Sabe a Via Dutra? A Presidente Dutra, porra! Então, que forma estúpida de viver. Sabe ali, um pouco depois do acesso a Linha Vermelha no sentido Centro? Sabe? Ali, antes do depósito da Drogaria Pacheco (que coisa são as Drogarias Pacheco, desde 1892, né? Haja tempo)? Mas é, porra! Ali! Então, perto da Jamef... Não sabe? Uma transportadora. Morri. Um carro. Meu carro. 130/H, a gente perde o controle às vezes, né? Né? Né? Né? Então... Que forma estúpida de viver. Sabe o impacto de um carro num caminhão parado sem sinalização no meio da pista rápida? Não sabe? Eu sei. Que forma estúpida de viver.
Oi? Pode. Pode ficar com o que quiser. Que forma estúpida de viver. Eu já não preciso mais. Que forma estúpida de viver. Mas de qualquer forma, se doer, eu te aviso. Mas talvez você aprenda o peso da mentira...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Já não fazem o antes para os para sempre

Todos temos problemas. Até o Silvio Santos tem problemas. Jesus ainda tem problemas. Pobres e ricos se unem pela corrente dos problemas. Taí! Poderíamos fazer uma “corrente dos problemas”! Com normas simples, quase um AA dos problemas. Sentaríamos frente a frente, todos, e discutiríamos nossos problemas.
É complicado, mas a melhor forma ainda de viver o impossível é pensar no para sempre. É ir do sótão ao porão, do porão ao sótão e ir vivendo o impossível. Claro, sem esquecer de comparecer às reuniões do AA...

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O teste

O que seria "O Ventríloquo"? Creio que no momento, para mim, é uma fuga aos demasiados textos poéticos que não escrevo. Talvez seja também a necessidade de escrever alguma coisa a mais para mim. Não há formatações.

Mas...